O cuidado com a saúde da população negra é um dos focos entre os serviços oferecidos pelos profissionais da Terapia Ocupacional. Desse modo, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) promove encontros entre alunos e profissionais de destaque no mercado de trabalho como forma de demonstrar a abrangência desse tratamento no território nacional.
De modo geral, a participação da Terapia Ocupacional na saúde da população negra ganhou destaque a partir de 2021, quando o Ministério da Saúde (MS) intensificou as ações da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), reforçando o início do combate às chamadas iniquidades raciais.
“A Terapia Ocupacional afro-referenciada se trata do entendimento ocupacional como um mecanismo oriundo de memórias, culturas e histórias de cada indivíduo, que constituem sua identidade particular”, comentou a professora e coordenadora do curso de TO, Danielle Aprígio.
Segundo essas ações, a política pública parte do reconhecimento do racismo estrutural como um fator social determinante da saúde, propondo diretrizes específicas para a promoção da equidade.
“Dentre as principais ações contam-se a capacitação de profissionais da saúde para atendimento acolhedor e livre de discriminação, e a inserção de temáticas sobre racismo e saúde da população negra nos currículos da área da saúde”, afirmou a terapeuta ocupacional Lorena Henriete, que ministrou uma palestra no Unifeso no dia 10 de junho.
Na palestra, a profissional abordou a necessidade da atenção a algumas doenças prevalentes na população negra, como anemia falciforme, hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2; todas possíveis de serem identificadas por meio de uma coleta e análise de dados precisa por raça/cor nos sistemas de saúde públicos e privados.
“A expectativa é de que a PNSIPN permita que o país avance em direção à superação do racismo institucional e consolide um sistema de saúde genuinamente universal, integral e equânime”, ressaltou ela.
LASPNegra no Unifeso
Criada e organizada por alunos de diferentes cursos do Unifeso, a Liga Acadêmica de Saúde Integral da População Negra (LASPNegra) busca contribuir com os debates a partir do desenvolvimento de atividades que aproximem a comunidade acadêmica de profissionais da área.
Para tanto, ainda no dia 10 de junho, a aluna de TO e integrante da LASPNegra, Ana Paula Jeronimo, abordou a importância de um cuidado terapêutico que reconheça histórias negras, integrando-as ao modo de atenção e transformação na Atenção Básica.
Por: Raphael Branco